terça-feira, 8 de abril de 2008

O que é mais grave? A situação do telemóvel ou esta? Para reflectir, seriamente...

Os pais de uma jovem deficiente de 12 anos queixam-se que a filha foi agredida pela professora “à chapada” na escola primária de Alguber, no concelho do Cadaval, situação que o delegado escolar confirmou, apontando que a atitude se deveu à “falta de experiência de uma docente nova que não está preparada para enfrentar estas situações e para tratar deste tipo de casos”.

A menina, que é “multideficiente profunda” na sequência de um acidente de viação quando tinha um ano, terá sido esbofeteada várias vezes por ter urinado nas cuecas, segundo relataram os pais ao Correio da Manhã.

Quando chegou da escola vinha a chorar e com a face vincada e a funcionária da Junta que anda na carrinha de transporte das crianças disse-me que quando foi buscá-la ouviu a miúda a gritar e viu a professora a bater-lhe com força na cara, de um lado e do outro, várias vezes, porque ela fez chichi”, contou a mãe, Rosa Florêncio.

A funcionária, Elvira Silvestre, relatou ao CM que encontrou a porta da escola fechada, com todos os miúdos fora da sala, e no interior estava uma auxiliar que segurava a menina e a professora a bater-lhe. “Disseram-me que eu não tinha nada de entrar sem pedir autorização e ameaçaram que se iriam queixar, mas eu ouvi a miúda a gritar e não podia deixar de ver o que se passava”, descreveu.

A progenitora deslocou-se ao Centro de Saúde do Cadaval, onde a filha foi observada e onde foi relatado o incidente. Apresentou depois queixa no posto da GNR.

O delegado escolar, Carlos Patuleia, que confirmou a situação ocorrida, lamentou o acto, declarando compreender que “por vezes as situações ficam fora de controle, e neste caso é uma professora nova e falta-lhe experiência”.

O responsável adiantou que vão ser tomados os procedimentos habituais nestes casos, que é “fazer seguir o caso para as autoridades competentes, ou seja, comunicar ao CAE-Oeste, que por sua vez comunicará à Direcção Regional de Educação”.

Já falei com a professora, a directora e a mãe ao mesmo tempo, e a professora admitiu que cometeu um erro que não devia ter cometido e ficou transtornada”, revelou Carlos Patuleia, que espera que a docente “não seja crucificada”.

Os pais não querem agora levar a filha para a escola, com receio de represálias, pretendendo inscrevê-la na educação especial nas Caldas da Rainha, como defendem desde sempre, contrariamente aos técnicos de apoio e ao delegado escolar, que acham que, dando seguimento aos ideais da “escola inclusiva”, a menina estaria melhor em contacto com outros miúdos “normais” e só entrar na educação especial no próximo ano lectivo.

A professora visada e a directora da escola alegaram não ter autorização para prestar declarações.

ln www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=1443