quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PROCURA-SE...

PROCURA-SE

Professor de Matemática com qualidade

Habilitações obrigatórias: Engenharia Mecânica

Outros atributos decisivos: ter uma mãe Directora Pedagógica

Requisito fundamental: ter tido uma boa professora «primária»

Uma história de ficção pedagógica (Categoria Telenovela Rural)

Truz... truz... truz...
— Quem é? Entre, que a porta está aberta, aliás está sempre aberta para todas as criancinhas..
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou... (música brasileira de mamã eu quero)
— Xi, seu moleque safado, çê agora decidiu chingar mamãe num momento tão importante?
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— Mas como proféssou, si çê só percebe de porcas e parafusos?
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— Mas, criancinha desvairada, çê para prófessou só si fôu de disciplina prestigiante...
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— Religião e Moral ou Matemática, meu bem...
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— Pensando melhor, tem de ser de Matemática... Moral com a gente é dificil...
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— E çê sabe a tabuada todinha, meu nêneim...
— Mamã eu quero,... mamã eu quero, mammãããã eu quero ser prófessou...
— Xi, que tenho de ir ralhar com a sua professora «primária»...

PRÉMIO SHOW-OFF

Este importante galardão foi atribuido à Dra Daniela Moço, prestigiada responsável pela Direcção Pedagógica do IDJV, pelas suas declarações ao Diário de Leiria, na sua edição de 12 de fevereiro de 2008.



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

“Temos estas estratégias (???) e temos mais…”

Ainda na reunião a DP foi questionada a propósito das estratégias de ensino, implementadas na escola, perante os casos de insucesso escolar. A propósito desta questão responderam: “temos estas estratégias (aulas de apoio - que os alunos não frequentam) e temos mais.... as disciplinas que no final do período apresentarem um insucesso com percentagens superiores a 20% os professores são obrigados a definir um plano de recuperação, uma estratégia - acção correctiva ".

È caso para perguntar: será que os tais planos de recuperação existem na realidade? È que, os resultados não estão muito à vista... e persistem em não chegar… Aliás uma forma possível da escola/professores contornarem esta situação é … “correr” os alunos com nota 3 (neste caso até ao 9ºano) e a 10 valores (do 10º ao 12ª ano), quando na realidade deveriam ter negativa, o que perante este panorama, os restantes alunos saem prejudicados, e como é natural sentem-se injustiçados e desmotivam (mas neste caso estão os pais em casa para os incentivar, ora essa!).

Convém dizer que, esta questão dos planos de recuperação dá muito trabalho e para além disso, o programa de ensino é muito vasto, há também que poupar tempo, de modo a preparar convenientemente as aulas. Sim, porque estas têm que ser preparadas… não vá depois um professor arriscar a chegar à aula e ter que pegar no livro e ler, ao invés de explicar a matéria e depois ouvir os meninos .... é que para além disso, ainda há a questão das fichas que é preciso fazê-las em sala de aula… e corrigi-las…

Ah, outra coisa... o que ainda é mais grave ... é a questão dos testes... não vá o professor ter que entregar um teste sem o ter feito previamente e mais .... ter que ir à net tirar à pressão um teste com perguntas que nem sequer foram abordadas na aula.. Bom, mas esta última, até que não é assim tão grave... é que os meninos também precisam de saber um pouco de cultura geral... ou então recorram aos pais, ou em último caso, aos explicadores (no que diz respeito aos mais elitistas, claro, porque “somos uma escola inclusiva”).

Para terminar, e de forma a não correr riscos... é pois necessário não desperdiçar tempo com os planos de recuperação, porque também a avaliar pelos resultados, as coisas no terreno não têm saído bem, não vá depois “chover” uma carrada de encarregados de educação pela porta da DP, aliás esta está sempre aberta mas só atende um de cada vez…. manda a ética!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Insucesso/sucesso escolar

Ontem , na reunião entre a DP e alguns pais, relativamente ao desempenho pedagógico do colégio, foi solicitado À DP qual a estratégia para tentar melhorar o desempenho do Instituto. A resposta foi mais ou menos esta: Aulas de apoio que ninguém vai. As crianças não se interessam e a culpa mais uma vez é dos pais, que não obrigam os filhos a irem. Por outro lado, a DP informou que um dos grandes problemas dos resultados do IDJV é o facto «de a escola não ser elitista e ser inclusiva», ou seja aceita toda a gente, não podendo seleccionar os alunos. A propósito disto, gostaríamos que fizessem a seguinte análise:
— No ranking acima, descubram qual a escola que é selectiva e que escolhe a qualidade dos seus alunos. Nós só conseguimos ver escolas que tal, como o IDJV, não são selectivas e são inclusivas. Portanto, estão no mesmo plano, a maioria com melhores resultados.
— Mas existe uma pequena diferença entre o IDJV e as escolas públicas. É que o IDJV PODE ESCOLHER LIVREMENTE OS SEUS PROFESSORES, OU SEJA, É SELECTIVA NO QUE RESPEITA AO CORPO DOCENTE, o que quer dizer que pode ter os melhores professores, o que não acontece com as escolas públicas, que mesmo assim têm melhor desempenho. Portanto, como ontem foi dito, que os professores são «muito bons», não se percebe como é que o IDJV mantêm o seu estatuto de colégio medíocre. A não ser que a culpa seja dos pais, que são portadores de espírito rural, mal formados, e sem interesse nenhum sobre a escola. Então, «não é em casa que a educação deve ser dada?» Depois é o que dá, pais e filhos ignorantes. Mesmo assim, será que nas outras terras os pais são muito melhores? São mais formados e mais interessados no processo educativo dos filhos? Toda a gente sabe que não são, portanto...

Uma história de ficção rústica (Prémio Literário Novos Talentos)

Truz... truz... truz...
— Quem é? Entre, que a porta está aberta, aliás está sempre aberta para todas as criancinhas..
— Xou eu, o T' Zé Broa
— O que é que a excelência deseja? A sua sorte é este colégio ser inclusivo e não elitista, senão já estava...
— Tão, mas voxa exência não apregou para os pais virem botar faladura quando a coisa está preta?
— Só me faltava mais esta... Diga lá, homem, o que é que quer?
— A'nha cachopa nam pisca nada de matemática, e queixa-se da shódoutoura não lhe conseguir ensinar...
— Era o que mais faltava. Agora um professor ensinar um aluno. O sucesso da escola começa em casa, ouviu homem? Você é que tem de ensinar a sua filha a perceber de matemática, não é o professor. Aliás, quem diz matemática, diz português, física, química, ciência, enfim, tudo...
— Tão, mas eu nam estudei nada, como é que póxo ajudar a catraia? Tem de ser a escola, c'os diabos...
— Já lhe disse que o problema da escola são os pais, que não percebem nada de nada. Depois querem que a escola ensine convenientemente os seus filhos. Como se isso fosse possível nos tempos que correm. Olhe, gaste mas é os tostões que tem debaixo do colchão em explicadores, pode ser que resulte...
— Enam, para isso a cachopa não prexixa de vir à escola. Fica lá a guardar a Clarissa, a vaca leiteira...
— Ó homem, então e depois? O que fazíamos ao pessoal que trabalha nos bares? Despedíamos toda a gente, não era? Os garotos têm de vir à escola, naturalmente, mas é para fazermos notas, não é para aprender.
— Raios t'a pardal, se eu entendo alguma coixa disto...

Será por causa da Sra Ministra?

Ontem decorreu uma reunião entre a Direcção Pedagógica (DP) e alguns pais, que a DP resolveu convidar, com a seguinte ordem de trabalhos:

- ponto um, informações;
- ponto dois, Semana Cultural/Plano de Actividades
- ponto três, outros assuntos.

Uma ordem de trabalhos sem dúvida bastante «interessante», de que resultou "falar sobre o mesmo" e a solicitação da DP à Associação de Pais para participar no Plano de Actividades ou elaborar um.
O Plano de Actividades vai ser enviado por correio para todos os pais e tem a seguinte curiosidade:

- Tem a data de 8 de Novembro de 2007.
- Vai chegar aos pais no final do 2º Período, portanto ainda a tempo de os «papás e mamãs» participarem nalguma coisinha.

Esta desorientação da DP só pode ser explicada da seguinte forma:

- Ou alguém «puxou suavemente as orelhinhas à DP», relativamente á sua estratégia de manter afastada a Associação de Pais do processo educativo;
- Ou a desorganização é muito grande, pois discutir plano de actividades decorridos dois terços do ano lectivo significa a grande preocupação da DP com as actividades da escola.

A Associação de Pais vai reunir para decidir como vai participar. É uma pena que só agora a DP se tenha preocupado com a participação da Associação de Pais no Plano de Actividades, pois assim já não vai ser possível, por exemplo, organizar um Baile de Carnaval, o que é uma pena.

O momento alto da reunião, e por escrutínio de alguns pais, foi este:

- Uma mãe queixava-se de que a sua filha tinha dificuldades em entender a matemática, e que o professor não tinha a melhor estratégia para a ajudar. Então um senhor ilustre professor presente perguntou à dita mãe se a filha sabia a tabuada, e se não, porque é que não ia ter com a professora «primária» para a questionar?
Um pai resolveu intervir e perguntar ao senhor ilustre professor presente a sua opinião sobre o seguinte facto passado no IDJV:

- Uma senhora ilustre professora de Matemática do 12º ano fez um teste, onde estavam incluídos, naturalmente, vários exercícios. Após meia hora decorrida desde o inicio do teste, os alunos queixaram-se que o primeiro exercício não tinha resolução. A senhora ilustre professora, depois de tentar desacreditar os alunos, tentou fazer o exercício e também não conseguiu. A pergunta que o pai colocou ao senhor ilustre professor presente foi se a senhora ilustre professora de Matemática do 12º ano também deveria ir ter com a sua professora «primária».
A resposta do senhor ilustre professor presente a esse pai foi de que só falava »com pessoas da área» sobre Matemática. Ora só não se percebeu que, tendo como regra civilizacional falar com «pessoas da área», ter interpelado a mãe, que não é «da área». E já agora, se só fala com os pais dos seus alunos que sejam da área, presumimos que não fale quase com ninguém. Ou não seria melhor que este ilustre professor presente fosse ter com a sua professora «primária» para aprender algumas regras de «formação cívica» ou mesmo com os seus pais, para aprender algumas «regras de educação»?

Este verdadeiro exemplo de «sucesso pedagógico» foi eleito para candidato ao melhor Òscar do IDJV neste ano lectivo

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

RTP

Rádio Televisão Portuguesa Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008
Nacional

Pombal: Pais acusam escola de cobrar ilegalmente transporte de alunos

Leiria, 14 Fev (Lusa) - A Associação de Pais do Instituto D. João V (IDJV) no Louriçal, Pombal, acusou hoje a direcção pedagógica do estabelecimento de ensino de estar ilegalmente a cobrar o transporte de crianças, coagindo os pais a pagar.

Em carta enviada no dia 30 de Janeiro à ministra da Educação, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a Associação de Pais frisa que a direcção pedagógica decidiu "passar a cobrar o transporte de crianças que se encontravam fora da área pedagógica, omitindo a situação no acto de matrícula, conforme decorre da lei".
Na carta, Manuela Ramos, presidente da Associação de Pais do IDJV, afirma desconhecer a razão pela qual a direcção da escola decidiu, em Outubro, "já no decurso das aulas, comunicar aos pais, através dos motoristas dos autocarros, de que teriam que efectuar o referido pagamento".
"A maioria dos pais, desconhecendo a lei, procedeu ao seu pagamento, mas houve uma minoria que se recusou a pagar" e acabou por informar a Associação de Pais do sucedido.
A escola é ainda acusada de coagir os encarregados de educação a pagarem o transporte "chegando mesmo a tomar medidas extremas, como por exemplo, retirar o dinheiro dos almoços do cartão escolar (tipo multibanco) das crianças, como forma de pagamento ".
"Desprevenidas, sem saldo no cartão e desconhecendo esta atitude por parte da escola, [as crianças] ficaram sem poder tomar a sua refeição, o que se traduz num verdadeiro atentado à dignidade humana", sublinha.
Na missiva, a responsável da Associação de Pais exige a intervenção "adequada e atempada" da ministra Maria de Lurdes Rodrigues e acrescenta "estranhar" a actuação da Inspecção-Geral de Educação do Centro (IGEC).
A Associação de Pais contactou a IGEC, solicitando a sua intervenção, mas, acusa Manuela Ramos, a inspectora encarregue da investigação terá, alegadamente, "contactado pais, segundo critério dado pela direcção pedagógica [do Instituto D. João V]", a entidade fiscalizada.
Manuela Ramos frisa que é a associação de pais "representante legal dos pais e encarregados de educação" que tem de se pronunciar, garantindo que aquela não foi oficialmente contactada pela IGEC na sequência da queixa.
"Esperamos não estar perante uma situação promíscua", frisa a presidente da associação de pais, ameaçando recorrer, se necessário, às instâncias judiciais.
A agência Lusa tentou obter uma reacção de Daniela Moço, directora pedagógica do Instituto D. João V, mas fonte do estabelecimento de ensino básico e secundário disse que aquela responsável se encontrava ausente.
Não foi igualmente possível obter, em tempo útil, uma reacção do Ministério da Educação sobre a denúncia enviada à ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
JLS.
Lusa/Fim

sábado, 16 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Dúvida...

Será que a Exma Sra Dra Ausenda vai escrever uma carta à Sra Ministra da Educação , dizendo que «acha que não existe nenhuma Associação de Pais, ou se existe é numa fase embrionária?»

Carta dirigida à Exma Sra Ministra da Educação

Para conhecimento de todos os pais e encarregados de educação, publicamos na íntegra carta que foi enviada à Sra Ministra da Educação a dar-lhe conhecimento das preocupações sérias desta Associação de Pais.

«Exma Sra Ministra da Educação:

Teve esta Associação de Pais conhecimento em finais de Outubro passado, que a Direcção Pedagógica do Instituto D. João V (IDJV), no Louriçal (concelho de Pombal), decidiu passar a cobrar o transporte das crianças, que se encontravam fora da área pedagógica, omitindo esta situação no acto da matrícula, como é obrigatório, de acordo com a Portaria 809/93 de 7 de Setembro.

Desconhecemos a razão pela qual, posteriormente, decidiram já no decurso das aulas, comunicar aos pais, através dos motoristas dos autocarros, de que teriam que efectuar o referido pagamento. A maioria dos pais, desconhecendo a lei, procedeu ao seu pagamento, mas houve uma minoria que se recusou a pagar, informando esta associação do sucedido.

No dia 8 de Novembro, pelas 19h 30m, teve lugar uma reunião entre esta Associação e a Direcção Pedagógica do IDJV (a qual terminou por volta da 1 h da madrugada do dia 9 de Novembro), com o objectivo de resolver o assunto atrás referido e outros assuntos de igual ou superior importância e que constituem grande preocupação da parte dos pais, nomeadamente, os resultados dos alunos relativamente aos exames nacionais. Nessa reunião, entre outros assuntos a Associação de Pais informou a Direcção Pedagógica do seguinte:

· A cobrança do transporte no decorrer do ano lectivo implica uma alteração dos preços estipulados no acto de matrícula, pelo que viola a referida Portaria nº 809/93 de 7 de Setembro, nos seus artigos nº 1, nº3, nº6 alínea 1 e alínea 2.

· De facto, de acordo com o artigo 3º desta portaria, o IDJV é obrigado a entregar no acto da matrícula ou inscrição aos encarregados de educação, a tabela completa dos serviços obrigatórios e facultativos que vão praticar, onde se inclui o transporte, tabela esta, que de acordo com o artigo nº 6, alínea 1, terá de se manter em vigor durante o ano lectivo.

· A alteração da tabela de preços só poderá ser realizada com o acordo da Associação de Pais, conforme previsto no artigo 6, alínea 2 (o que desde logo a Associação de Pais se mostrou contra, uma vez que as condições e serviços de preços teriam de se manter inalterados até ao final do ano lectivo).

Em 13 de Novembro de 2007, a Direcção Pedagógica do IDJV, enviou uma carta de coação aos pais, a solicitar o pagamento dos transportes, constituindo esta, a primeira comunicação oficial aos pais sobre o referido assunto. Nessa carta, registamos o parágrafo «...foi intenção da escola informar, atempadamente, os Encarregados de Educação visados, facto ocorrido aquando do processo de matrícula, porém admitimos que, em algumas situações pontuais, possam ter existido falhas», a qual evidencia por um lado o total desrespeito pelos pais e alunos mas igualmente, admite não ter cumprido com o estipulado no artigo 3º da portaria 809/93 de 7 de Setembro.

Salientamos que, a escola, quando enviou aos pais a referida carta, omitiu que o assunto já tinha sido discutido em reunião uns dias antes com esta Associação (que se manifestou contra) não informando, no entanto, sobre a decisão da Associação de Pais, atitude que consideramos grave, face ao objectivo de tornar transparentes as relações constituídas entre encarregados de educação e os estabelecimentos de ensino, conforme espírito da Lei, nomeadamente a referida portaria.

A decisão da Direcção Pedagógica é portanto ilegal, face ao estipulado na Lei e conforme orientações da Inspecção Geral de Educação.

Ainda de lamentar é o facto desta Direcção Pedagógica do IDJV, continuar a coagir os pais para procederem ao pagamento do transporte, chegando mesmo a tomar medidas extremas, como por exemplo, retirar o dinheiro dos almoços do cartão escolar (tipo multibanco) das crianças, como forma de pagamento (outra ilegalidade), existindo casos de crianças que, desprevenidas, sem saldo no cartão e desconhecendo esta atitude por parte da escola, ficaram sem poder tomar a sua refeição, o que se traduz num verdadeiro atentado à dignidade humana.

No seguimento destas situações, estranhamos o comportamento da Inspecção Geral de Educação do Centro, entidade a quem esta Associação de Pais solicitou a intervenção, nomeadamente da inspectora que procedeu às averiguações, pelo facto de ter contactado pais, segundo critério dado pela Direcção Pedagógica (a entidade fiscalizada), não tendo contactado oficialmente esta Associação, que é a entidade representante legal dos pais e encarregados de educação, e que tem de se pronunciar sobre o assunto em causa, conforme o artigo nº6, alínea 2 da referida portaria 809/93 de 7 de Setembro. Esperamos e desejamos não estarmos perante uma situação promíscua, o que se for verdade, nos levará a recorrer às instâncias judicias competentes.

A Direcção Pedagógica do IDJV, após a reunião de 8 de Novembro, tem boicotado todo o trabalho desta Associação, impedido de forma grotesca, o acesso da informação aos pais sobre estes assuntos, nomeadamente, recusa em divulgar as convocatórias para as reuniões gerais de pais, posição que, e a julgar pelos factos, tenha como único objectivo manter os pais distantes e ignorantes sobre tudo o que se passa na comunidade escolar. Sendo assim, pensamos que a escola não partilha das nossas preocupações, nem interesses, que no seu todo só têm um propósito: o bem-estar e o sucesso escolar de todos os educandos desta escola. Ao invés disso, a Direcção Pedagógica do IDJV, tem trabalhado para o descrédito desta Associação de Pais, ignorando a sua existência e ao mesmo tempo acusando-nos de estarmos a “agir de má-fé”. Tenta intimidar-nos por diversas vias, facto que lamentamos, e que acaba por agudizar ainda mais a relação entre esta Associação e os membros da Direcção da escola.

Neste momento, a nossa maior preocupação reside nos resultados pedagógicos obtidos por esta escola, relativamente aos exames nacionais, pelo facto de serem demasiado baixos, face à expectativa criada aos pais, aquando do início do ano lectivo, sobre o tão ambicionado «projecto pedagógico». Por conseguinte, e perante a nossa proposta para análise e discussão deste tema, entre esta Associação e a Direcção Pedagógica, esta recusou-se a permitir tal reunião, porque seria «describilizar o Colégio». Para nós, Associação de Pais, o que describiliza o Colégio são exactamente os maus resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais, que evidenciam um mau desempenho pedagógico, desempenho este, completamente alheio às necessidades educativas dos alunos desta escola, mas que à partida não parece constituir um problema de maior.

Igualmente, esta Associação nunca participou nas reuniões pedagógicas da escola, apesar da Lei assim o exigir. Trata-se de mais um boicote à Associação de Pais por parte da Direcção Pedagógica do IDJV, o que viola claramente a Lei.

Consequentemente, cada vez mais, os pais evidenciam um total desânimo e desesperam, porque receiam tomar medidas com medo de eventuais represálias, situação que acaba por afastar os pais do processo educativo dos filhos, ficando a escola completamente à vontade para agir de acordo com os seus próprios interesses (a julgar pela sua postura neste processo), relegando para segundo plano os interesses dos seus alunos.

Interpretando o tipo de atitudes levadas a cabo pela escola, os encarregados de educação intervenientes, só servem para colocar em prática o plano de actividades, porque em contrapartida, não existe relação cordial que permita que os pais, em conjunto com a entidade escolar, encontrem as melhores estratégias/soluções para ultrapassarem os problemas, os quais, supostamente, deveriam ser partilhados por ambas as partes, por forma a encontrarem o caminho mais curto para o tão apregoado sucesso escolar.

Para terminar, um último ponto deveras preocupante e que voltamos a frisar, é o facto de, numa sociedade moderna actual, inserida num estado de direito, é inadmissível que a grande maioria dos pais (os que têm conhecimento desta associação) ter declinado participar nas reuniões desta associação, com receio de eventuais retaliações sobre os filhos. Esta mentalidade é alimentada de forma subtil pelos órgãos de gestão do IDJV, que apesar de não o afirmarem categoricamente, não o desmentem, o que contribui para um clima de medo entre os pais, próprio de um país amordaçado, que pelos vistos ainda continua a viver sob a sombra da ditadura.

Esta associação solicita a V. Ex.ª uma intervenção adequada e atempada sobre este assunto, tendo em conta o cumprimento escrupuloso da Lei e os verdadeiros interesses dos pais e encarregados de educação do IDJV, sob pena de deixarmos de acreditar que a Educação em Portugal, ao invés de ser um acto nobre de escolarização dos indivíduos, seja encarado como um mero negócio financeiro, o qual infelizmente, parece ser o objectivo principal desta escola.

Com os melhores cumprimentos,


Louriçal, 30 de Janeiro de 2008

A Presidente da Associação de Pais do IDJV


Dra Manuela Ramos