terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Para reflectir...

Nestes últimos 30 anos, para além de assistirmos à chamada massificação do ensino, passámos de horários de 20 horas lectivas semanais para horários de 40 horas lectivas, repartidas por uma chusma de disciplinas que impede, só por si, que qualquer uma seja viável. Ora, uma carga horária com este peso pressupõe, obrigatoriamente, que todo o trabalho se esgote dentro da sala de aula.
Acontece que, pelo que leio e ouço, a ministra, os professores e os sábios comentadores querem que os alunos de hoje, com horários de 40 horas lectivas e uma infinidade de disciplinas, continuem a fazer trabalhos de casa e a ler muito como antigamente. Ora, defender isto é o melhor certificado de estupidez de quem governa, de quem lecciona e de quem alvitra.
Acresce que a inutilidade da maioria das disciplinas acaba por gerar uma concorrência absurda entre os diferentes professores que procuram justificar a maior importância da sua disciplina com uma sobrecarga de trabalhos de casa, trabalhos de grupo e testes que o bom senso totalmente desaconselha.

In www.educare.pt, texto de Santana-Maia Leonardo